No ano de 1611 da era cristã, 27 de Rajab, um abastado caravaneiro árabe estava dormindo numa gruta próxima da cidade de Meca, quando ocorreu algo realmente extraordinário: o homem percebeu que seus olhos dormiam mais ele estava desperto, seu corpo continuava onde estava, mas se locomoveu como que em espírito. Esse árabe foi Maomé, que modificou totalmente o destino das dispersas tribos árabes. Pois na gruta do monte Hira ele viveu o Lailat-al-Miraj, ou a "Jornada Noturna”.
The Prophet travelled from Mecca to Jerusalem in a single night on a strange winged creature called Buraq.Durante o sono Maomé despertou diante de uma visão do Anjo Gabriel, que o levou em espírito numa viagem pelo outro mundo. Montado num estranho animal branco, metade mula e metade burro, com asas nos flancos, Maomé viajou através dos céus e do inferno, enquanto o seu corpo permanecia adormecido na gruta. O resto da história você já sabe, Maomé se considerou o último dos profetas e fundou uma religião. Mas para nós ele viveu uma ou várias experiências de viagem astral com o seu corpo sonhador, e ditou o Alcorão num estado de consciência intensificada.
Na Idade Média isso foi considerado algo divino, proeza somente para os profetas. Mas hoje é comum o desdobramento astral espontâneo ou desenvolvido por práticas de auto-observação, que consiste em se viver uma realidade desperta fora do corpo, quando estamos dormindo ou em transe. Não é exatamente um sonho, porque temos a consciência de que nosso corpo dorme, mas estamos acordados em algum lugar. Nessa experiência podemos ter a nossa consciência num outro corpo, e com este viver momentaneamente num outro mundo de mistérios. Pois está aberta uma janela, um portal, passagem para o mundo interior, o infinito. Não estou falando de teoria, ou dizendo que isso pode acontecer, mas sim de algo que acontece realmente, por experiência própria . Para que isso não pareça tão fantástico e inacreditável, devo dizer que o “desdobramento astral “ faz parte do discurso e prática do ocultismo , do esoterismo, do Kardecismo atual, denominado de “projeciologia” , por Valdo Vieira. Os mistérios do desdobramento consciente do ser humano, é o que se chama no ocultismo, saída consciente do corpo astral, e caracterizava o batismo nos templos egípcios. O rito era representado através do " sepultamento” do iniciado num túmulo durante certo tempo, durante o qual ele entrava em transe, ou numa morte aparente, enquanto seu duplo astral, o Ká, atravessava o umbral. Retornando ao corpo, ressuscitava para o mundo como Senhor dos Mistérios. Também e principalmente nas culturas primitivas, dos nossos Índios, é um mistério praticado pelo sacerdote, pajé ou xamã. Há uma diferença entre os sonhos normais e o "SONHAR" para o xamã. "Sonhar", significa para o sacerdote sair do corpo e ter um sonho consciente e ativo, enquanto o sonho das pessoas geralmente é passivo e inconsciente, não percebe se está sonhando ou está acordado. Todo feiticeiro, pajé, ou xamã, deve ter por iniciação o conhecimento do corpo sonhador, seu corpo sutil ou astral. E através dessa capacidade de desdobramento, aprende os segredos e propriedades das plantas que usam nas curas. É exatamente das comunidades primitivas de todos os povos do mundo, e em épocas diferentes que surgiram as plantas de poder, usadas pelos feiticeiros, pajés, para entrar em sintonia com os mundos interiores. Infelizmente o Capitalismo transformou algumas dessas plantas em “drogas” consumidas por ricos em “vazio existencial”, e criminosos para assaltar, roubar e matar, sem sentir nenhum sentimento moral ou ético, esvaziado de valores.
Semelhante conhecimento, das “plantas de poder”, usadas por sacerdotes, encontramos nos livros de Carlos Castaneda, parte dos ensinamentos de Dom Juan, um suposto velho índio Yaqui, sobre a arte de sonhar, os dois lados da consciência, com plantas alucinógenas usadas pelos índios da região de Sonora. Os livros de Castaneda não são uma apologia para uso de drogas, e sim relatos sobre o desenvolvimento da iniciação de um xamã, tendo ele como aprendiz do feiticeiro Don Juan. Castaneda descreve várias experiências com seu corpo sonhador, sem o uso de qualquer droga ou plantas de poder.
Há no Brasil duas entidades místicas que usam plantas de poder para o desenvolvimento pessoal e tratamento de doenças: o Santo Daime e a União do Vegetal. Também falo por experiência, do uso desse chá .
Um exemplo bem atual dessa capacidade do Xamã e seu corpo sonhador, descrito por Castaneda, tivemos no caso tão divulgado pela imprensa, do tratamento do cientista Augusto Ruschï, pelos chefes Raoni e o pajé Sapaim Kamaiura, do Xingu. Utilizando plantas medicinais e drogas alucinógenas, Raoni primeiramente sonhava, e seu corpo sonhador examinava, no sonho, para ver o estágio da doença no corpo do cientista. E através desses exames no astral, aplicava o tratamento.
Assim, temos em nós mesmo um vasto campo de observação. A projeção astral é uma experiência que podemos tentar praticar , e nos colocar diante do desconhecido diretamente, sem necessitar de máquinas. É o instrumental ideal para os ufólogos, religiosos, ateus, e pesquisadores da Parapsicologia. Todos aqueles que buscam campos avançados de investigação. Para isso basta um procedimento bem simples de atenção durante o estado de vigília e o de sono, ou outras técnicas que pode ser encontradas nos sites gnósticos . Pela observação, toda vez que você perceber algo de estranho, como um elefante voando, estátuas falando, e perceber que isso é estranho, como encontrar-se, falar com uma pessoa ou parente falecido, e não faz parte da nossa realidade cotidiana, vá discretamente para um local reservado e dê um saltinho, ou pulinho. Se você flutuar, terá a certeza de que está no seu corpo sonhador, no seu corpo astral. Faça essa experiência , que ela funciona mesmo.A partir daí, procure prolongar e manter-se no corpo sonhador e estabeleça objetivos, leia e estude.Há com certeza uma bibliografia imensa sobre esse assunto.
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