terça-feira, 31 de agosto de 2010

Viagem Astral, a Magia do Sono, Jornadas Noturnas, Projeciologia

Depois de quase dois mil anos de Cristianismo, que aboliu a magia e os mistérios das religiões orientais da Antiguidade, da Europa pré-cristã, e da América pré-colombiana, renasce nos dias atuais algo misterioso e mágico, as viagens astrais, projeção da consciência, ou projeciologia, magia do sono, jornada noturna. Vários nomes estão sendo dados para a experiência que consiste na sensação especial de desdobramento do corpo de uma pessoa, num corpo físico e outro sutil. O segundo corpo é ativo e consciente, podendo se deslocar numa outra dimensão, nos mundos internos, visitando outras épocas do passado, ir a lugares desconhecidos, enfim, possibilidades enormes.
Místicos de várias escolas esotéricas, como os gnósticos antigos e modernos, pessoas treinadas, ou mesmo como capacidade natural, realizam verdadeiras jornadas noturnas num mundo de sonho e magia. Dentre os viajantes astrais mais conhecidos temos Oliver Fox, Sylvan Muldoon, Robert Monroe, o Dr. Waldo Vieira. Esses dois últimos representam dois pólos, duas visões do fenômeno. Monroe montou uma espécie de laboratório e equipamentos sonoros que possibilitam o desdobramento. Escreveu dois livros onde relata sua experiência: "Viagens fora do corpo" e "Viagens além. do Universo”, bem como sua maneira de interpretar o fenômeno. O mais interessante desse explorador dos mundos internos é o fato dele conseguir continuidade entre suas viagens.
O segundo é um médico brasileiro, fundamentalmente kardecista, sustentando a tese espírita de que podemos abandonar temporariamente o corpo físico, em vida. Para Alan Kardec, fundador do espiritismo, dormir é como morrer todas as noites, daí ser possível visitar o mundo espiritual. Waldo Vieira também escreveu dois livros sobre o assunto, "Projeções da Consciência" e "Projeciologia". Também fundou um Instituto Internacional de Projeciologia, acreditando firmemente tratar-se de uma nova ciência. Ao contrário de Monroe, seu método é natural e quase religioso, pois conta com o auxílio de entidades espíritas. Mas pelo que podemos observar em seu primeiro livro, suas experiências não possuem continuidade como as de Robert Monroe.
Entre os povos que vivem em regime de comunidade primitiva, as tribos da Sibéria, e das Américas, das ilhas do Pacífico, seus sacerdotes partilhavam dessa capacidade de bilocação. Os Xamãs, os Pajés, eram iniciados na arte de sair em astral. Entre as tribos brasileiras é a característica principal da "pajelança", como podemos observar na série "Xingu", da Manchete, bem como o relato do cacique Raoni.
Por outro lado, hindus, gregos e latinos, relatam visitas aos céus, aos infernos. Homero descreve á visita de Ulisses ao mundo das sombras, encontrando-se com o espectro de sua falecida mãe. Platão escreveu na sua "República", sobre a visão de Er, que deve ter tido algo semelhante ao que ocorre em nossos dias, morreu clinicamente, tido por morto, voltou a si já estendido na pira funerária, pronto para ser cremado. O fato é que durante o tempo em que esteve "morto" ou desacordado, Er viu os céus e os infernos.
Também o poeta romano Virgílio descreve a visita de Enéias ao mundos sombrio dos manes. O mesmo se repete na Divina Comédia de Dante Alighieri, que trata exclusivamente de descrever tais experiências, com humor e ressentimento contra seus inimigos, já que os coloca todos no inferno.
No lado muçulmano da Idade Média encontramos o futuro profeta Maomé iniciando sua aventura religiosa com uma viagem astral na companhia de Anjo Gabriel, também visitando os céus e os infernos. Mas é na índia que o fenômeno tem sua antiguidade dilatada a aceitação natural, sem rodeios e a importância que damos hoje.Entre os seguidores do movimento Hare Krishna, é possível viajar a outros planetas, como relata o falecido Swami Prabhupada em seus livros. Mais eles não a praticam por não achar importante.
A popularização da chamada viagem astral, a possibilidade de uma parte de nós se desprender e aventurar-se por outras dimensões, surge de vários setores. Cientistas estudam o sono e o controle dos sonhos com lucidez, e na tanatologia se busca estudar a morte clínica, isto é, pessoas que relatam as sensações da morte e as visões que tiveram durante o tempo que aparentemente morreram, como o grego Er.
Na literatura, em "Brumas de Avalon", e nos livros do antropólogo americano Carlos Castaneda, a arte de sonhar conscientemente é tratada com naturalidade. E até no campo da Ufologia, isto é, na caça dos discos voadores e extraterrestres, a viagem astral aparece como uma capacidade perdida pelos humanos da terra, segundo as palavras de um suposto extraterreno famoso no Brasil, chamado Karran, relatado no programa do falecido Flávio Cavalcante.
O casal Hermínio e Bianca Reis tiveram um contato do Terceiro Grau, com Karran, em que ficaram 48 horas dentro do que eles pensaram ser um espaçonave vinda de um planeta chamado Klemerr, tendo como comandante o referido extraterrestre. O fato. é que eles aprenderam uma "técnica de saída e retorno consciente da matéria", e passaram a oferecer um cursinho para quem desejasse aprender.
Outro ufólogo famoso do Brasil, Alfredo Moacyr Uchoã, já falecido, trafegava pelo mesmo caminho nas viagens pelo astral. Em seus livros, principalmente "Mergulho no Hiperespaço", relata experiências numa dimensão paralela, visitando outros planetas e seus habitantes, entre eles Yasha-avi.
Também não podemos esquecer o cinema americano que está explorando esse mistério, pelo seu lado negativo, em filmes como "A Hora do Pesadelo". A razão do sucesso desse filme não é o monstro assassino com dedos de navalha, Fred Kruger. Talvez os críticos acreditem nisso. Mas o que choca as platéias é a possibilidade dos sonhos conscientes, onde tudo parece real. O exagero desses filmes, transformados em série de televisão nos Estados Unidos, é o perigo inexistente nessa dimensão. Existe um lado tenebroso nas "viagens astrais", onde podemos realmente ser assaltados por monstros ou coisas que temos medo, e isso é chamado de "guardião do umbral", ou acontecer de entrar numa região infernal. Isso acontece com os viciados em drogas, as maiores vítimas de monstros astrais, o que a ciência chama de alucinações.
Mas alguns filmes de menor sucesso abordam a coisa numa linguagem de encantamento e magia, como "Explorers:Viagem ao mundo dos sonhos", e "A História sem fim", e são muito mais autênticos. Também em “Labirinto, a magia do tempo”, se passa durante um sonho de uma adolescente.
. Na literatura infantil, se você observar melhor, verá que até alguns contos famosos relatam, aventuras num mundo astral. É o caso de Peter Pan e os meninos perdidos, que vivem na "terra do nunca", onde voam e convivem com as fadas, e o tempo parece não existir. Também "Alice no país das maravilhas", do matemático Lewis Carroll, se desenrola num mundo mágico onde tudo é possível.
De todos os lados encontramos informações que apontam um fenômeno universal, demonstrando que há um espaço na consciência, ignorado e por explorar. Cientistas, leigos, místicos e "viajantes astrais", possuem em comum uma mesma preocupação em desvendar o que seria realmente essa coisa mágica e aterradora. Alguns, é claro, já possue a resposta que acredita, de acordo com suas crenças religiosas, vítimas de uma clareza comprometida.
Os Espíritas Kardecistas dizem que o espírito saí do corpo durante o sono, só que não conseguimos nos lembrar. As escolas esotéricas tratam com uma seriedade exagerada, e muitas fazem disso um segredo para poucos iniciados. Para os gnósticos o corpo astral é apenas um dos corpos que possuímos. Através dessas entradas, “viagens” numa quarta dimensão; o adepto pode colher informações diretamente da Natureza.
Isso como teoria não é novidade, pois é o mesmo que diz Platão sobre o "mundo das ideias". Para cientistas como Susan J. Blackmore, é algo que devem ser investigado. Por sua vez, o famoso Carl Sagan, também já falecido, dizia que é perda de tempo tratar de discos voadores, horóscopo, a viagens astrais, etc.
Pessoalmente, acredito que o mais importante argumento de defesa do fenômeno é a experiência pessoal, de cada um de nós. É monstruoso criticar ou discordar por pura ignorância, por preconceitos científicos ou religiosos. Existem várias técnicas, métodos experimentados pelos que passaram pelo fenômeno. Acho que estamos aprendendo a comandar capacidades adormecidas, esquecidas pelo desuso, colocadas de lado por preconceito, ou por ignorância de sua existência.
Se a humanidade descobrir algo novo e prático nas “viagens noturnas’. isso seria realmente um grande passo para o homem.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

CASTAÑEDA, O ANTROPÓLOGO FEITICEIRO

No verão de 1960 um estudante de antropologia da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, encontrou numa estação rodoviária duma cidade de fronteira do Arizona, um velho índio Yaqui, que hoje conhecemos por Dom Juan. Assim começou a aventura de Carlos Castãneda por uma estranha realidade que o transformou numa pessoa misteriosa e arredia, despertando curiosidade sobre a veracidade de suas narrações e experiências, até mesmo surgindo dúvidas de que ele existe ou não, já que nem sequer se deixava fotografar. Quase trinta anos depois, oito livros publicados até o momento, a obra de Castãneda é originalmente revolucionária, revelando um aspecto cultural dos povos pré-colombiános, na figura de grupos indígenas que não assimilaram o Cristianismo do conquistador europeu, e daí são portadores de um antigo conhecimento.
Sem querer, na ânsia de conhecer ervas medicinais e plantas alucinógenas para sua tese, tornou-se aprendiz de feiticeiro do velho índio. Um longo e penoso aprendizado, uma luta contínua entre seu racionalismo e toda a realidade mágica do xamã, difícil de aceitar e compreender.
“Erva do Diabo”, começa com o primeiro ciclo do poder, mais precisamente tratando das "plantas de poder”, que consta nos três primeiros livros. Dom Juan, a pronúncia é "Ruan", que aliás, não é seu verdadeiro nome, tornou-se o "Benfeitor" de Castãneda, que passa a buscar como meta, transformar-se num "homem de conhecimento”. Para isso teria que vencer os quatro inimigos naturais da humanidade: o Medo, que é o primeiro inimigo natural; a Clareza é o segundo, que ofusca o entendimento; terceiro é o Poder, o mais forte de todos, que torna os homens cruéis e caprichosos; e a Velhice, o último, que é o mais cruel.
Há todo um arcabouço mítico e filosófico nos conhecimentos relatados pelo velho índio, paralelo ao uso ritual das plantas de poder: o peiote, que ele chama de "Mescalito"; datura ou erva-do-diabo (estramônio); e o fuminho, outro cogumelo misturado com outras cinco plantas secas. Nas sociedades modernas, trata-se de alucinógenos terríveis ou vulgarmente chamados de "drogas", aliás, um dos maiores problemas do nosso tempo é o consumo e o tráfico. Mas, o que percebemos através de Castañeda é a grande contradição no uso incorreto e inadequado, do que foi no passado práticas rituais. Para começar, ele foi obrigado a participar da colheita penosa, ritual e respeitosa dos cogumelos. Para ingerir o peiote foi devidamente preparado antes e depois, pois deveria ser tratado em caso de reações desastrosas ao organismo. Isso se deu com todos os três alucinógenos; "sem esses cuidados teria morrido ou sofrido danos irreparáveis. Participou dos Mitotes, que são reuniões de feiticeiros onde é ingerido o peiote.
Tais cerimônias são realizadas durante quatro dias seguidos. Castaneda foi induzido a encarar uma entidade vegetal que deveria ser vista como um amigo aliado, e doador de conhecimento. E realmente essa criatura surge na visão provocada pelo “mescalito”.
"ALIADOS"
Cabe ressaltar que a obra de Castaneda não é uma apologia do uso dos alucinógenos, ou das drogas. A ingestão das plantas de poder, como são chamadas os vegetais que causam estados de realidade não comuns, ou estados especiais de percepção distorcida, ou ainda, consciência alterada, é algo muito antigo, e fazia parte das principais culturas dos povos antigos, do Oriente ao continente americano. Tudo era significativo e ritual, desde a colheita até o preparo e a ingestão da planta. Não é a mesma coisa que está acontecendo hoje nas culturas ditas modernas, em que o sujeito compra maconha, cocaína, cigarro, ou qualquer outra droga, simplesmente para sentir prazer, completamente alienado de significação. Como alguém que sente orgasmo tomando descargas elétricas de alta voltagem. O viciado parece muito com um doido varrido que mete o dedo numa tomada e dá risadas com o choque. Portanto, o uso sob controle das plantas de poder dentro de um contexto cultural, é o que nos oferece Castaneda através dos ensinamentos de Dom Juan.
Várias experiências com os vegetais são descritas: brincar com um cachorro transparente como vidro; entrar por túneis de metal; encontrar um mosquito gigantesco e monstruoso de uns trinta metros; ser transportado numa bolha; voar e até transformar-se em corvo, pois o efeito do “fuminho" era o de tornar o corpo sem forma, daí ser necessária tomar outra forma, e os feiticeiros escolhem a de pássaros.Resumindo, essas “alucinações”, como dizem os médicos, são fenômenos da consciência alterada, que visa não o prazer, mas quebrar a racionalidade de Castaneda, forçando uma abertura para o entendimento do mundo na ótica da feitiçaria.
Como conseqüência, dos cinco primeiros anos de aprendizado, sua idéia de mundo foi abalada, ele quase pirou. Entrou em profunda crise existencial, deixando por dois anos de encontrar-se com Dom Juan, e decidir se continuava ou não.
Em abril de 1968, Castaneda retorna depois de superar essa crise, começando então, o Segundo Ciclo do Poder. Nessa fase trava conhecimento com o grupo de feiticeiros do qual fazia parte seu Benfeitor: Vicente, Sílvio, Benigno, Nestor, Pablito, Eligio, e o extraordinário Dom Genaro, que era um índio mazateca super brincalhão. Castaneda vive situações grotescas e até ridículas, por sua causa, a racionalidade, o que torna a leitura um desbunde de risos. Conceitos e representações de uma cosmovisão mítica fazem parte desse ciclo. Um deles, é que o meio mais eficaz de se viver, é como guerreiro; que a morte está a um braço de distância; a difícil, compreensão do "ver" dos feiticeiros; o confronto mortal com bruxa LaCatalina; a loucura controlada e o "parar o mundo". Que existem três tipos de seres da Natureza: os Silenciosos que nada podem oferecer ao homem; os Tenebrosos que estão sempre associados com os primeiros e cuja única qualidade é assustar; e o terceiro, são os "aliados", ou doadores de segredos. Esses podem habitar lugares como matas, olhos d'água, vales e morros, etc. O aliado também é explicado como um poder que o homem pode introduzir em sua vida para ajudá-lo e dar-lhe a força necessária, um Auxiliar para o bruxo.
VONTADE
Na visão dos feiticeiros os seres humanos são criaturas luminosas com aparência de um ovo, cheio de filamentos. O que nos torna infelizes é desejar; devemos reduzir a zero nossas necessidades. Ser pobre ou necessitado é apenas uma ideia, assim como também é o ódio, a fome e a dor. A vontade é um poder. Ela é clara e poderosa, pode dirigir os nossos atos. É o elo entre os homens e o mundo; é uma força, um poder dentro da gente capaz de fazer o feiticeiro atravessar um muro. Segundo Dom Juan, a Vontade se localiza na altura do umbigo.
As mais estranhas situações foram vividas por ele, como passar uma noite inteira sozinho no mato sendo atormentado por criaturas que lhe dava tapinhas na nuca. De olhos fechados, sua única defesa foi dobrar-se protegendo o umbigo com as mãos e ficar imóvel até o dia clarear. Experiências que forçavam um ato marcante e necessário para um aprendiz de feiticeiros: "parar o mundo". E só consegue atingir esse ponto quando se dá o misterioso encontro com seu aliado na forma de um coiote, que conversa com ele. Esse acontecimento mágico fez o mundo de Castaneda parar.
Estava aberto para ele o mundo da feitiçaria. Daí pra frente sua obra torna-se fantástica e quase incompreensível, mas isso fica para outro dia.
Cabe, lembrar que esse texto foi publicado originalmente em 1990, num dos jornais de Manaus, quando Castanêda ainda não tinha falecido.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

O TENEBROSO SUBMUNDO PSÍQUICO

Quase todos os discursos religiosos se sustentam em esquemas éticos e morais, que visam uma determinada conduta, ou quem sabe , controle social. Não matar, não roubar, não mentir, não fazer aos outros o que não queremos para nós mesmos, e assim por diante. Temos dito que para buscar o domínio da natureza interior, é preciso, livrar-se ou ter controle dos apegos, paixões, vícios, e respectivas representações. A austeridade ritual de um yogue, ou de um eremita, é toda voltada para esse fim. E qual é a razão fundamental que está por trás de tais regimes? Qual a justificativa que podemos encontrar para tais atitudes? Para o cristão devoto a razão seria não praticar o mal para evitar o inferno, ir para o céu. Eu responderia de uma forma bem simples: não acumular lixo no universo interior. O inferno tão temido é na verdade o tenebroso submundo psíquico, alimentado e formado, pelo lixo psíquico, os resíduos das representações que criamos. O Inferno não ocupa espaço algum.
Esse reino das trevas não está no exterior, no centro da terra, ou em algum lugar do universo, mas sim um subterrâneo da consciência. Nesse subterrâneo habitam monstros, como os antigos simbolizavam os vícios, as paixões, os crimes, a animalidade, que por sua grande variedade, eram representados com várias cabeças. Dentre esses monstros, por ser o portador dessas qualidades ou ações negativas citadas, o Ego é o grande adversário do homem integral, ou real, nossa essência, por isso ë temido com o nome de Satã, palavra hebraica que significa "adversário". Muita gente acredita que Satã está fora de nós, sendo uma criatura com existência real, um deus pessoal, o inimigo de Deus, na visão maniqueísta dos protestantes, católicos, cristãos e muçulmanos, e na ideologia cinematográfica americana. Mas tanto Satã quanto o seu reino tenebroso, estão no espaço interior, o submundo psíquico.
Na literatura e na mitologia, desde a mais alta Antiguidade, através do mito do herói principalmente, encontramos indícios desse conhecimento. O minotauro era uma besta multiforme, metade humana e metade animal, que habitava num labirinto nos subterrâneos do castelo de Minos. Não existe outro simbolismo tão claro, a não ser o da Divina Comédia de Dante Alighieri, onde o inferno também é um subterrâneo, e ao mesmo tempo um labirinto em forma de espiral. Tal subterrâneo cheio de labirintos é a mente humana, e mergulhar conscientemente ou inconscientemente nessas regiões do subconsciente, estar entregue a si mesmo, é a famosa jornada ou viagem às regiões infernais. Atravessar o reino da obscuridade e vencer as representações foi o que fizeram Orfeu, Krishna, Maomé, Jesus Cristo. Dante, também nos oferece simbolicamente a única saída para sair ou vencer o Inferno psíquico. Sua fórmula é a de que devemos subir pelas costas de Satã, expressão estranha para a maioria. Na realidade o que ele pretendia dizer é que devemos fazer ao contrario dos desejos do Ego, o verdadeiro Satã, o Ego, é que leva ao roubo e ao crime, satisfeito seus desejos torna-se Satã, escravos de nossas representações.




sexta-feira, 20 de agosto de 2010

INTENSIFICAÇÃO DA CONSCIÊNCIA

“O Profeta Maomé viajou de Meca a Jerusalém em uma única noite em uma estranha criatura alada chamada Buraq. De Jerusalém, ele subiu ao céu, onde conheceu os profetas anteriores e, finalmente, Deus.” Wikipédia,Maomé

No ano de 1611 da era cristã, 27 de Rajab, um abastado caravaneiro árabe estava dormindo numa gruta próxima da cidade de Meca, quando ocorreu algo realmente extraordinário: o homem percebeu que seus olhos dormiam mais ele estava desperto, seu corpo continuava onde estava, mas se locomoveu como que em espírito. Esse árabe foi Maomé, que modificou totalmente o destino das dispersas tribos árabes. Pois na gruta do monte Hira ele viveu o Lailat-al-Miraj, ou a "Jornada Noturna”.
The Prophet travelled from Mecca to Jerusalem in a single night on a strange winged creature called Buraq.Durante o sono Maomé despertou diante de uma visão do Anjo Gabriel, que o levou em espírito numa viagem pelo outro mundo. Montado num estranho animal branco, metade mula e metade burro, com asas nos flancos, Maomé viajou através dos céus e do inferno, enquanto o seu corpo permanecia adormecido na gruta. O resto da história você já sabe, Maomé se considerou o último dos profetas e fundou uma religião. Mas para nós ele viveu uma ou várias experiências de viagem astral com o seu corpo sonhador, e ditou o Alcorão num estado de consciência intensificada.
Na Idade Média isso foi considerado algo divino, proeza somente para os profetas. Mas hoje é comum o desdobramento astral espontâneo ou desenvolvido por práticas de auto-observação, que consiste em se viver uma realidade desperta fora do corpo, quando estamos dormindo ou em transe. Não é exatamente um sonho, porque temos a consciência de que nosso corpo dorme, mas estamos acordados em algum lugar. Nessa experiência podemos ter a nossa consciência num outro corpo, e com este viver momentaneamente num outro mundo de mistérios. Pois está aberta uma janela, um portal, passagem para o mundo interior, o infinito. Não estou falando de teoria, ou dizendo que isso pode acontecer, mas sim de algo que acontece realmente, por experiência própria . Para que isso não pareça tão fantástico e inacreditável, devo dizer que o “desdobramento astral “ faz parte do discurso e prática do ocultismo , do esoterismo, do Kardecismo atual, denominado de “projeciologia” , por Valdo Vieira. Os mistérios do desdobramento consciente do ser humano, é o que se chama no ocultismo, saída consciente do corpo astral, e caracterizava o batismo nos templos egípcios. O rito era representado através do " sepultamento” do iniciado num túmulo durante certo tempo, durante o qual ele entrava em transe, ou numa morte aparente, enquanto seu duplo astral, o Ká, atravessava o umbral. Retornando ao corpo, ressuscitava para o mundo como Senhor dos Mistérios. Também e principalmente nas culturas primitivas, dos nossos Índios, é um mistério praticado pelo sacerdote, pajé ou xamã. Há uma diferença entre os sonhos normais e o "SONHAR" para o xamã. "Sonhar", significa para o sacerdote sair do corpo e ter um sonho consciente e ativo, enquanto o sonho das pessoas geralmente é passivo e inconsciente, não percebe se está sonhando ou está acordado. Todo feiticeiro, pajé, ou xamã, deve ter por iniciação o conhecimento do corpo sonhador, seu corpo sutil ou astral. E através dessa capacidade de desdobramento, aprende os segredos e propriedades das plantas que usam nas curas. É exatamente das comunidades primitivas de todos os povos do mundo, e em épocas diferentes que surgiram as plantas de poder, usadas pelos feiticeiros, pajés, para entrar em sintonia com os mundos interiores. Infelizmente o Capitalismo transformou algumas dessas plantas em “drogas” consumidas por ricos em “vazio existencial”, e criminosos para assaltar, roubar e matar, sem sentir nenhum sentimento moral ou ético, esvaziado de valores.
Semelhante conhecimento, das “plantas de poder”, usadas por sacerdotes, encontramos nos livros de Carlos Castaneda, parte dos ensinamentos de Dom Juan, um suposto velho índio Yaqui, sobre a arte de sonhar, os dois lados da consciência, com plantas alucinógenas usadas pelos índios da região de Sonora. Os livros de Castaneda não são uma apologia para uso de drogas, e sim relatos sobre o desenvolvimento da iniciação de um xamã, tendo ele como aprendiz do feiticeiro Don Juan. Castaneda descreve várias experiências com seu corpo sonhador, sem o uso de qualquer droga ou plantas de poder.
Há no Brasil duas entidades místicas que usam plantas de poder para o desenvolvimento pessoal e tratamento de doenças: o Santo Daime e a União do Vegetal. Também falo por experiência, do uso desse chá .
Um exemplo bem atual dessa capacidade do Xamã e seu corpo sonhador, descrito por Castaneda, tivemos no caso tão divulgado pela imprensa, do tratamento do cientista Augusto Ruschï, pelos chefes Raoni e o pajé Sapaim Kamaiura, do Xingu. Utilizando plantas medicinais e drogas alucinógenas, Raoni primeiramente sonhava, e seu corpo sonhador examinava, no sonho, para ver o estágio da doença no corpo do cientista. E através desses exames no astral, aplicava o tratamento.
Assim, temos em nós mesmo um vasto campo de observação. A projeção astral é uma experiência que podemos tentar praticar , e nos colocar diante do desconhecido diretamente, sem necessitar de máquinas. É o instrumental ideal para os ufólogos, religiosos, ateus, e pesquisadores da Parapsicologia. Todos aqueles que buscam campos avançados de investigação. Para isso basta um procedimento bem simples de atenção durante o estado de vigília e o de sono, ou outras técnicas que pode ser encontradas nos sites gnósticos . Pela observação, toda vez que você perceber algo de estranho, como um elefante voando, estátuas falando, e perceber que isso é estranho, como encontrar-se, falar com uma pessoa ou parente falecido, e não faz parte da nossa realidade cotidiana, vá discretamente para um local reservado e dê um saltinho, ou pulinho. Se você flutuar, terá a certeza de que está no seu corpo sonhador, no seu corpo astral. Faça essa experiência , que ela funciona mesmo.A partir daí, procure prolongar e manter-se no corpo sonhador e estabeleça objetivos, leia e estude.Há com certeza uma bibliografia imensa sobre esse assunto.


quarta-feira, 18 de agosto de 2010

VAZIO EXISTENCIAL

Em 1990 a fome matava cinquenta mil pessoas a cada vinte e quatro horas, principalmente no terceiro mundo, em lugares como a Etiópia, onde um milhão morreu de fome no período de 1984-85, ou ainda a América Latina que deixava um milhão de crianças morrendo de fome por ano, ou Moçambique que perdia uma criança a cada quatro minutos. Entretanto, naquela época, numa nação rica onde a maioria das pessoas fazem até quatro refeições por dia, se tratava com a maior preocupação a possibilidade dos Estados Unidos já estarem de posse de discos voadores e hospedando secretamente seres extraterrestres.
Hoje, “em seus seis continentes, a terra tem algo em torno de 6 bilhões de pessoas. Estima-se que destes, quase 1 bilhão viva sob o flagelo da fome e outros 2,8 bi, abaixo da linha de pobreza.A África, o continente mais pobre, tem 220 milhões de pessoas em estado de sub-nutrição grave, ou seja, passando fome”. “Todos os anos cerca de 18 milhões de pessoas (50 mil por dia) morrem por razões relacionadas com a pobreza, sendo a maioria mulheres e crianças. Todos os anos cerca de 11 milhões de crianças morrem antes de completarem 5 anos.E 1 bilhão e 100 milhões de pessoas, cerca de um sexto da humanidade, vive com menos de 1 dólar por dia. Mais de 800 milhões de pessoas estão subnutridas”(wikipédia,pobreza).
A questão naquele ano, era o destaque dado por uma grande empresa de comunicação para uma informação patética, a de que os nossos contemporâneos americanos já estavam ansiosos pela salvação vinda dos céus, nem que seja em discos voadores. E com os extraterrestres um significado mais concreto para a existência humana. Pois até aqui vivemos em função de dois grandes apetites: o sexual, que nos trouxe até a população de cinco bilhões de indivíduos, isso até o dia 11 de julho do ano 1989, num ritmo de crescimento de duzentos milhões por dia. E o do estômago, que ceifava diariamente cinquenta mil, também naquele ano.
Nos reproduzimos gratuitamente como as baratas, ou qualquer outra criatura, vítimas de um comando imperativo da Natureza. Criamos a sociedade e as leis para acabar o estado de guerra de todos contra todos, para que o homem não fosse mais o lobo do homem. Mas persiste uma grande miséria, onde somos manipulados pelos sentidos numa total carência de significação. Nações pobres alimentam a riqueza e o luxo de nações ricas, como aconteceu na Antiguidade e na Idade Média, na colonização do continente americano, no colonialismo Europeu na África e na Ásia, os norte americanos, ou melhor dizendo, os ingleses americanos, tomando as terra e exterminando as nações indígenas de lá.
E é dessas nações ricas que partiu as primeiras notícias de assombrações tecnológicas, pois anjos e demônios não são o forte em nações protestantes, e nem espíritos e almas, para racionalistas impiedosos. Daí a razão para que as assombrações tradicionais costumeiras de anjos, demônios, e almas, cederem o lugar para fantasmas de naves extraterrestres, num mundo racionalista e pré-tecnológico. De repente, como na Idade Média, onde havia pessoas religiosas que guardavam relíquias dos santos, desde penas de anjos, cinzas de Sodoma e Gomorra, pedaços de tábuas da Arca de Noé, pedaços da Cruz onde Cristo foi pregado, hoje se observa o mesmo comportamento no que diz respeito a discos voadores, fadas, sereias: são gravações de sons de discos voadores, fotos, filmes, vídeos, fragmentos metálicos de naves, substâncias estranhas etc. Nos tempos medievais, havia tantos fragmentos da cruz de Jesus Cristo espalhados pela Europa, que dava para fazer uma floresta de Cruzes. Da mesma maneira, creio eu, há tanto fragmento de naves espalhadas, que dá para fazer um disco voador inteiro. Assim como as relíquias não são fundamentais para o cristianismo, também essas relíquias ufológicas não têm tanta importância, ainda mais agora, quando correm boatos, lendas urbanas da internet de que os americanos já possuem um ou vários discos voadores intactos, que teriam até feito acordos com ETs. E daí? O que isso significa concretamente se for realmente verdade? O que mudará no rumo das nossas existências? Não é diferente dos que esperam a volta de Jesus.
Não significará praticamente nada em relação ao que se espera dos extraterrestres. O que nos serve constatar que há outros seres mortais no Universo, e ainda por cima falhos e azarados, se utilizando de máquinas para voar? Esses Ets são tão tolos e estúpidos quanto temos sido nestes últimos séculos. Fantoches num mundo misterioso. E o que é pior, confirmada uma notícia dessa natureza, serão considerados rivais novos na disputa pelo espaço exterior, pois até aqui, todo o Universo nos pertence por herança divina, nós que somos a imagem do Criador. Russos e americanos disputava naquela época uma corrida espacial, numa conquista de território fora da Terra.
Não quero ser radical para a discussão ufológica. Meu enfoque para o problema é existencial. O que nos leva ao interesse pêlos chamados discos voadores, para outras loucuras contemporâneas como torcer por times de futebol, disputas internacionais, que atrai a atenção de bilhões de seres humanos, o intenso consumo de todos os tipos de drogas, o fanatismo crescente de cristãos e muçulmanos. Tudo isso me parece grandes alienações, gerado por um grande vazio existencial, um buraco negro em nossas vidas, um vazio de significado, não preenchido pelas ciências nem pelas instituições religiosas.
São fenômenos que ofuscam a razão, e que para nós são irracionais, nos remetendo para um lado misterioso de nossa consciência. De nada nos serve encontrar um homem do espaço, vindo de um outro planeta, se ele é como nos mesmos, ignorante de significados existenciais. Que existem seres extraterrestres, isso deve haver sem sombra de dúvida, mas não significa um avanço para a humanidade. E gerar filhos acreditando que a humanidade tem algum projeto, além de ir pra o céu ou um dos sete céus, esperando a volta de Jesus , Buda ou Maomé, também não é diferente.
O que nos importa é conhecer o nosso significado existencial, nosso papel na economia da Natureza. Afinal para que servem os humanos?
Trazer pedrinhas e poeira da Lua, ir até Marte, mandar sondas para fora do Sistema Solar, não significa avanço revolucionário para a humanidade. Aliás, nossa raça é tão velha que não duvido nem um pouco da possibilidade de que outras civilizações humanas existiram antes da nossa, e desapareceram como corremos o risco desaparecer, diante de tanta tecnologia destrutiva, e existencialmente falando, completamente inúteis.
Realmente revolucionário é o trabalho difícil dos exploradores da consciência, sejam eles religiosos, ocultistas, espíritas, gnósticos, teósofos e cientistas, unidos na mesma busca do outro lado da consciência humana. Homens como Gurdjieff, Ouspensky, Robert A. Monroe, Sylvan, J. Muldoon e Hereward Carrington, Carlos Castaneda, Chico Xavier, Waldo Vieira, que buscam explorar um Universo real e concreto, habitado por seres, mundos , e realmente nos ajudar a entender o que somos.E superar o vazio existencial.


sábado, 14 de agosto de 2010

INVENTANDO O INFERNO

De ser natural, preso a uma cadeia alimentar, competindo com os outros animais, dentro da lei natural – devorar e ser devorado – o ser humano tornou-se ao longo de milhares ou milhões de anos, um ser cultural. A revolução humana se deu pela extensa produção cultural, dominando a produção do fogo, erguendo-se sobre os membros inferiores, e desenvolvendo habilidades com as mãos, praticando a industria. Mas, o que é mesmo, a CULTURA?
Cultura é tudo o que produzimos em nossa relação com a Natureza, com o trabalho. Assim, os seres humanos modificam a Natureza, e a si mesmos com o trabalho. Daí, só existe duas maneiras de ver o mundo em que vivemos: o que é natural e o que é cultural. Em nós mesmo, o que ainda é natural? Partindo de comunidades tribais familiares, passando pelo escravismo de fato, até o Capitalismo, o saldo das sociedades humanas foi o distanciamento do que é natural, para o cultural.
Como seres culturais, somos totalmente dependentes da sociedade, das ciências e dos modelos econômicos. Em algum momento dessa trajetória dos seres que se dizem “humanos” ou pensantes, inteligentes, aconteceu uma ruptura da consciência com a Natureza , que ficou registrada no inconsciente coletivo da humanidade. É essa a idéia do Re-ligar ou re-ligação, da palavra latina “religião” sob o aspecto esotérico. Perdemos a sintonia com a Natureza, nossa origem e sentido de nossas existências. Nas tradições religiosas, uma geração de cegos. No poema épico Mahabharata, Dhritarashtra é o velho rei cego que não consegue evitar os filhos violentos no caminho do erro e da grande guerra. Na tradição bíblica Isaque fica cego, sendo enganado pelo filho mais novo Jacó. O nome de Isaque nos remete aos reis sumerianos , uma geração rizonha e feliz do passado. Não é uma pessoa, mas uma geração mítica que ficou cega, perdeu a visão, a ligação com a natureza , com a divindade, com as origens.


Religião, no sentido esotérico é uma busca pessoal, interior, dos humanos com as origens – na linguagem popular, com a Divindade. Conectar-se com o absoluto, entender o sentido da existência. Com certeza, nos últimos milhares de anos, homens e sociedades secretas, já descobriram alguns caminhos para isso, com sucesso. Então, qual é o problema?





Acontece que a cultura, nas diversas expressões da vida humana em sociedade, tornou-se um instrumento de poder, de escravidão , de exploração, em nome da sobrevivência, pelos poderes econômicos, que passaram a usar os discursos políticos, religiosos e ideológicos para o controle social, que tornou possível a alienação. O objetivo da vida passou a ser o hedonismo, o prazer. A medicina contemporânea trabalha para o prolongamento e a qualidade de vida das pessoas a peso de ouro. Bilhões de seres humanos se reproduzem, como bestas sem raciocínio, sem saber exatamente para quê servem na economia da Natureza. Milhões de animais são mortos impiedosamente para nos alimentar. Somos carnívoros? Não ! É uma invenção, é CULTURAL. Seres de carne, alimentando-se de carne. No Livro apócrifo de Enoque, excluído da Bíblia, é colocado como uma abominação ensinada pelo grupo de “anjos “ de Samael.
Acumular riqueza, buscar “qualidade de vida” e viver o máximo possível – a qualquer preço –exterminando os animais, vegetais, e não percebendo isso, tornou possível aos seres humanos concretizar um pesadelo imaginário, dantesco : o INFERNO. Um lugar de pesadelo, de abominações, cheio de demônios, onde estaria aprisionado Satanás, Senhor desse lugar reservados aos condenados dos Cristianismo e do Islamismo. Somente a INCONSCIÊNCIA, a alienação e a ignorância profunda, não deixa as pessoas perceberem, que finalmente criamos de fato, o INFERNO: assassinos rodam a madrugada assaltando e invadindo casas, e matando; pedófilos, necrófilos ; políticos, advogados, policiais e juízes, gananciosos e corruptos; rios e igarapés mortos cheios de fezes e lixo; mulheres abortando e jogando fetos no lixo e nos igarapés. Você já reparou que Manaus é uma cidade cheia de bosteiros? São igarapés cheios de fezes como os do inferno imaginado por Dante na “Divina Comédia”. Uma lixeira de quarenta quilômetros despercebida por uma população sonâmbula que odeia a Natureza inconscientemente.



A mesma opção inconsciente que nossa geração escolheu nas últimas décadas, o suicídio coletivo, global. Uma grande colheita maldita, para realimentar a terra do desgaste provocado pelo esforço de sustentar bilhões de seres , que nada dão em troca de suas vidas miseráveis. Embora, isso não represente de modo algum o fim da humanidade, porque sem dúvida alguma outras humanidades já erraram e foram destruídas, e começaram tudo de novo. A questão é perceber o que somos, o que queremos nessa aventura chamada vida. Combater a inconsciência e despertar para a religação com o absoluto.
Mas não é tão simples assim. Porque caminho e a descoberta não é uma experiência coletiva, mas completamente individual e uma conspiração num mundo de adormecidos.

domingo, 1 de agosto de 2010

GNOSE: Inconsciência e Alienação


Imagine um lugar onde seus moradores estão permanentemente adormecidos, mas conseguem agir como acordados, trabalham, alimentam-se, reproduzem-se, vivem correndo como loucos dentro de máquinas ou montados nelas. Não sabem onde estão, o que são e para onde vão, ou para que servem dentro da Natureza do seu mundo. Esse mundo povoado de sonâmbulos é o nosso. Isso é o que chamamos de INCONSCIÊNCIA na Gnose.
Milhões de criaturas, os outros animais, que deveriam ser nossos aliados, são transformados em comida todos os dias. Bilhões de seres humanos sonâmbulos, continuam se reproduzindo sem saber exatamente para quê.Vivem desesperadamente, buscando aproveitar a vida enquanto podem, porque a morte é certa. A morte se apresenta como um abismo enorme, e tornou-se uma forma de pornografia explorar o mórbido, as atrocidades que ocorrem nesse inferno criado pelos humanos. Inventamos vampiros, porque lá no fundo do inconsciente, sabemos que somos uma civilização de vampiros comedores de carcaças. O Diabo, como ser maligno é o ganha-pão, dos profissionais das grandes religiões, que leva a culpa por todas as taras e crimes. É o nosso lado sombrio que procuramos ignorar, que está dentro de nós.
Numa sociedade baseada no consumo e acumulação da riqueza – ou CAPITAL, aparece o jogo de interesses em vários discursos – ou representações do mundo, que se presta a exploração na luta de classes, são as IDEOLOGIAS, que aliena e escraviza. As florestas, os rios, os animais, tudo está sendo consumido para que bilhões de seres humanos possam viver disputando espaço e comida. Ora, a inconsciência - estar adormecido- não nos deixa perceber que esse mundo é predador. Nossa utilidade básica é ser COMIDA também.

É essa leitura do mundo, da cultura do ocultismo, que pretendo registrar daqui pra frente, não para trazer o desespero ou o medo, mas a esperança e a busca que cada um pode acrescentar em sua vida. É preciso DESPERTAR, mesmo.