
Essa temática é assustadora, tenebrosa e maldita. Para que serve a humanidade na economia da Natureza? Qual a nossa utilidade para o planeta, do qual fazemos parte? Como funciona o Universo sob o aspecto da manutenção, ou melhor, como se sustenta? Claro que nesse momento de intensa loucura, do frango mutante produzido a base de hormônios, dos transgênicos, das uniões homo afetivas, das passeatas a favor da liberação da maconha, das igrejas para gays, das guerras entre torcidas de futebol, é o tráfico de drogas - que só existe porque há consumidores , o significado da existência humana se perdeu há muito tempo. É claro que o problema da violência e da miséria não parece incomodar muita gente ao mesmo tempo. É para amortecer a dura realidade que a alienação existe e é alimentada pelas mídias.
Mas, essa questão não é nova, até porque a humanidade já teve tempo de sobra para entender esse problema existencial, há milhares de anos, e por várias gerações de humanidades já esquecidas. Antes do racionalismo da era industrial, algumas tradições orais vindas de conhecimentos antigos, dizia que o mundo, ou melhor, o universo é autofágico. Isto é, uma serpente que devorava a si mesma, mordendo a própria cauda – Ouroboros. E que uma das leis do Universo é devorar e ser devorado – tragar e ser tragado.

Profundamente “alienada”, que na linguagem da medicina significa loucura, e na da economia, perda de um bem, essa geração consumista de humanos acredita-se como desfrutadores e senhores da Natureza, os “filhos de Deus”. Consumindo todos os recursos naturais do planeta, e nos multiplicando como insetos sem predadores, estamos nos aproximando dos sete bilhões de indivíduos, achando que a vida, a existência humana, tem um sentido metafísico , algo fantástico e incrível : somos “criaturas”, isto é, criados por um Deus ou Demiurgo – um rebanho, ideia alimentada por “pastores” e padres.
Agora, para que, um ser galáctico – senhor de universos, galáxias, um Deus – criaria uma raça de animais pensantes, num “jardim”, ou planeta, juntamente com outras criaturas, animais e vegetais, seres vivos, sem falar nas bactérias, vírus, etc, aparentemente invisíveis? Afinal, o que teriam os humanos de especial? Resumindo essa ideia: somos criaturas de um Deus e nosso fim, ou finalidade, é adorá-lo em orações, rezas, rituais e sacrifícios. Como prediletos de Deus temos carta branca para fazer e usar como bem entender das outras criaturas, isto é, outros animais do “jardim” , como escravos, e principalmente – como comida. Embora os humanos não seja uma criatura propriamente “carnívora”, como um leão ou um tigre.
Por conta disso, milhões de animais são criados em cativeiro e mortos cruelmente para alimentar a humanidade. Só há piedade e direitos para os prediletos de Deus, que possui “alma”, “espirito”, e vão sobreviver após a morte biológica, indo para o ‘céu” – viver a eternidade ao lado da divindade, isto é, os “bons’, porque os maus vão parar no Inferno, ao lado de Satanás, um adversário de Deus, que a maioria acredita existir. Esse permanente holocausto de animais produz, inconscientemente também, obras literárias mórbidas de “vampirismo” romântico , porque no final das contas, somos uma civilização que vampiriza milhões de animais – nem os gatos, cachorros e baratas escapam da fome da humanidade.

Somos como pilhas ou baterias acumulando energia para alimentar a Natureza? Essa é nossa parte na economia da Natureza? É significativo, que na linguagem bíblica traduzida do hebraico para as línguas ocidentais, o correspondente do nome do Deus de Abrãao virou “Senhor”, “Lord” , isto é, uma relação de senhor e escravos, de obediência e castigos, de propriedade, de rebanho. Mas ninguém cria um rebanho para ser adorado. Na Índia, adoram as vacas, mas elas não adoram os fazendeiros. No mínimo elas fornecem leite, ou são mortas para servir de alimento.
Assim, o rebanho dos “filhos de Deus” teriam também uma finalidade com sua existência fundada em servir a Divindade com a adoração? Os sentimentos e emoções que nos torna diferentes dos outros animais, produz alguma forma de irradiação, ondas e energia? Para alguns discursos dos movimentos ocultistas europeus, sim. Essa energia tem vários nomes místicos nas literaturas mais reservadas, como o livro “Relatos de Belzebu aos seus netos”: Akoskinn, Luxe, Mana.
Porque a morte de tantos animais, trucidados pela humanidade, antes em sacrifícios e hoje para alimento, não provoca nenhum sentimento de compaixão pelos religiosos? Porque esses criaturas também produz energias aproveitadas pela natureza. Os sacerdotes da antiguidade sabiam disso. E lá no fundo da nossa consciência, sabemos o que nos espera: a “colheita maldita”.
Essa ideia fixa de fim de mundo e catástrofes globais, hoje constante no cinema, é um sentimento de horror que acompanha a humanidade, pois outras gerações desapareceram, e o sentimento ficou. Assim como qualquer rebanho animal escravizados nas fazendas dos humanos, também nós, diletos de Deus, como animais, não temos realmente um futuro. Cedo ou tarde nos desligaremos com a morte. E com a morte nos esvaímos em energia. Será que esse jardim e seu rebanho não tem época da colheita? E nessa colheita bilhões de seres humanos devem morrer ao mesmo tempo? O “fim do Mundo”, como dizem as religiões?

É muito importante perceber que somos seres pensantes, e como tal podemos ser escravizados pela mente. Convencidos por cosmovisões consumistas e explicações religiosas que falharam em construir uma civilização pelo menos sensata, que tivesse eliminado o egoísmo, as guerras e as matanças de animais, controlado a natalidade, acabando com a miséria. Afinal, somos capim? Ou insetos? Para que crescer tanto uma população de tolos? Para que se produza “riqueza” e milionários? A população de “Criminosos” , “marginais”, “bandidos”, é uma parte dos dejetos produzidos por um sistema econômico perverso.
Um estado permanente de selvageria dissimulada do sistema capitalista, das plutocracias travestidas de democracias, mas controladas pela burguesia. E o que criaturas, escravas da Natureza, que se rebelam inconscientemente contras as forças criadoras, pode esperar como resposta e recompensa?
