Um momento de dor, tristeza, foi
ver a agonia do meu pai, nos últimos dias de vida na cama de um hospital. Ele não
tinham paz e nem conforto algum. Não rezava mais, nem pedia socorro a algum “ser superior”. Pelo menos umas duas
vezes em vida ele disse uma frase dura e amarga. Foi no hospital alguns dias
antes de partir para o sono eterno, que repetiu num momento de lucidez, nos
seus oitenta e poucos anos, porque não rezava mais: “É tudo mentira!”
Mas qual era a “mentira”? Na
verdade eu nunca vi um padre, um pastor evangélico, sorrindo de felicidade num
leito de morte, porque vai ao encontro de seu “Deus”, ou para o “céu”. Ao
contrário, quando estão doentes correm para os médicos e hospitais, em busca da
cura e fogem da morte como o “diabo foge da cruz”. Nos dão o exemplo do medo e
o desespero da morte. E para que serve esses “intermediários”, “pastores de ovelhas”
e o seu culto do Homem Morto, o Homem-Deus,
o Novo Osíris romano, que voltou da morte e trouxe a esperança da continuidade
da vida: no céu para os bons, e o
castigo do inferno, e a aniquilação no
fogo para os maus?
A resposta não é nenhum pouco
confortável. O cristianismo, quando se torna a religião do decadente Império
Romano, passa a ser o que é até hoje: um aparelho ideológico de controle social
associado a poderes políticos. O Império se dividiu e acabou afundando na
decadência. Mas os sacerdotes se negaram a desaparecer com o Império. E o que
há de verdade no Cristianismo Romano? O que é a “salvação” e a “Ressurreição
dos mortos”?
UM PACTO COM O PODER ECONÔMICO?
Qual era afinal a “boa nova, a
boa notícia” trazida pelo grupo de Jesus? O que era “ressurgir” depois de
Morto? Levantar do túmulo em carne e ossos, com o corpo que morreu? E ainda por
cima elevar-se, subir aos céus – que se imaginava existir naquela época – entre
as nuvens da atmosfera terrestre?
Um homem reviver não é um mito
original. Osíris já tinha voltado da morte nos mitos dos egípcios. Descer aos
infernos, também não é original. Orfeu tinha feito isso nos mitos gregos. Seus
milagrosos poderes não foram maiores que os de Krishnna, o deus azul dos
hindus.
Os evangelhos, que Jesus nunca
escreveu, podem ser interpretados de formas diferentes até pelos marxistas. É
antes de se tornar a religião do Estado, era um culto dos escravos de Roma.
O “Papa” do Catolicismo representa,
“em verdade” o Sumo Sacerdote que Jesus nunca imaginou, de Osíris e Isis. E a
sobrevivência de Jesus após a morte, um homem, tornado um deus como era prática
no Egito – o Faraó era um deus vivo – parece suspeito e improvável. A
preocupação em conservar os mortos, mumificação, colocar um Papa morto em três
caixões, cultivar “relíquias” – pedaços de cadáveres dos “santos” – a necrolatria, era uma prática da religião
egípcia!
JESUS E MADALENA
Num mundo racional, no século atual, só o
sofrimento, a miséria, e o medo da morte e do inferno, para os ricos,
alimentado por sacerdotes cheios de “boa vontade”, pode explicar o “grande delírio”
de um Deus bom, que ama a humanidade.
Como aceitar a exploração econômica,
a servidão aos bancos, as empresas dos ricos – sem acreditar numa “esperança”
religiosa? Uma recompensa por bom comportamento no céu?
Como pode existir alguma criatura
divina, no universo ou na Natureza, para perdoar e absolver os crimes brutais cometidos
por toda a humanidade contra os animais – milhões que são escravizados e mortos
cruelmente – para virar comida? Ao contrário. Somo desprezados e não temos
“amigos” na Natureza. Não há piedade para mim, nem para nenhum humano.
Para quê um Deus cria seres
viventes num belo Jardim? Para quê os humanos criam gado, galinhas, perus, e
outros animais, no cativeiro, em suas fazendas? Claro, pelo raciocínio dos
sacerdotes cristãos, os fazendeiros criam animais para serem “adorados” por eles. Você já viu o filme do
porquinho “Babe”?
Há milhares de anos que alguma
geração humana descobriu o papel das criaturas na Natureza. E por isso
decidiram trucidar os animais – morrer em nosso lugar – e servir de alimento.
Foi a invenção do “sacrifício”. Mas não é o foco do assunto em questão
MADALENA? JESUS?
“É tudo mentira”, dizia o meu pai
no leito de morte. Claro, como a morte sempre me incomodou – por isso me
dedique a Filosofia e a pesquisa no ocultismo e em várias religiões, até tomei
o chá da chacrona com o mariri, na União do Vegetal – não fiquei tão abalado
com a revelação. O que incomodava, é como essa religião não conforta os
moribundos. Vejo as pessoas em desespero, apesar de serem cristãs. Nem Padre, e
muito menos Pastores dão exemplo de morrer feliz no reencontro com o Demiurgo.
Nunca vi pessoas sorrindo nesse momento – pelo menos entre os cristãos contemporâneos.
Existe, entretanto, um outro lado dessa história de farsas e poderes
políticos e econômicos. Até os “evangélicos” dos nossos dias começaram a
desconfiar de tudo, adotando uma posição de defesa e alarme. Há alguma coisa
errada, mas não existe clareza nas acusações de uma conspiração dos ricos
contra os pobres, de satanistas e governos – não há certeza de nada. Ouviram o
galo cantar – mas não sabem onde. Os evangélicos – Lutero, Calvino – romperam
com o Papa, com Catolicismo, mas continuaram acreditando no Homem Deus inventado pelos
sacerdotes romanos, o novo Osíris.Muito mais assustador: elevaram Jesus ao posto de Deus, aposentando
os Elohins, o Javé e o Deus da Montanha. Agora, foi o próprio Jesus que
orientou Noé, que "falou” com Samuel, e criou o Homem, a humanidade, a sua
imagem. “Jesus é o SENHOR”, isto é, DEUS, o grande Demiurgo.
Como metáfora, como simbolismo,
como poesia, o mito da “ressurreição” é completamente válido. Só o fato
concreto de algum sinal, de que alguma coisa inteligente possa sobreviver dos
mortos, poderia ser chamado pelo Grande Jesus, e seus primitivos seguidores, de
“Boa notícia”. Agora sim! Temos certeza da sobrevivência. Essa era a idéia
principal do Cristianismo, a Boa Nova.
Mas, um Homem sair do túmulo, um
“Zumbi”, é grotesco, é bizarro. Até porque, era a “alma” e não o corpo
de fato, que deve sobreviver a morte. Essa idéia – a sobrevivência da ALMA, ou ESPIRITO , ou vários corpos ASTRAIS, ou ÉTERICOS – esteve presente em todos as culturas do passado. Na Índia os
corpos dos mortos são jogados no rio Ganges, ou queimados. No Tibet, devorados
pelas aves, e algumas tribos da Amazônia, costumam comer a cinza dos mortos
misturadas num mingau de pupunha. Na
cultura bíblica judaica o corpo deveria ser enterrado como respeito a “imagem”
do Criador, o Demiurgo, coletivamente, os Elohins. Importantes em vida,
descartáveis na morte – essa sempre foi a idéia sobre o corpo humano.
Para os seres escravos da
Natureza, como os Humanos, “comidos pela terra”, criados por um Demiurgo, e sobreviver
de alguma forma, era uma grande “descoberta”, uma grande conquista. Uma “boa
nova”. Embora, nas entrelinhas, só as
sementes que se transformassem em árvores frutíferas, e dessem bons frutos,
teriam o presente da vida eterna. A maioria seria queimada, devorada, sem
piedade. Existe uma interpretação das parábolas de Jesus nenhum pouco doce,
bela, sublime, maravilhosa – ao contrário, é cruel e dura: era preciso ensinar por parábolas, porque não
devia “dar pérolas aos porcos”. Era uma doutrina para poucos.
Se os cristãos primitivos e a doutrina velada dos
Evangelhos foram suprimidos, pelo clero
poderoso de Roma,como poderia ser mantidos os conhecimentos e as idéias, não só dos seguidores do grupo
de Jesus, mas até mesmo da “família” do caldeu Abrão?
MADALENA E O VASO ÚTERO COM A SEMENTE DE JESUS?
Com certeza alguns grupos conservaram informações mantidas em
segredo. As vezes as coisas são colocadas inocentemente, mas observando melhor,
dá para perceber o que é negado pelo clero romano. A suposição descartada da
morte de fato, de Jesus, e de sua relação com Maria Madalena – sua esposa.
Alguns artistas, em épocas diferentes, representaram Maria Madalena em atitude
de pesar, junto com um crânio – de Jesus? É o lamento da Viúva?
Meu filho... ”é tudo mentira!!!”
O LAMENTO DA VIÚVA DE
JESUS?
Porque Maria Madalena
está voltada para o crânio?
Pensativa com o
crânio no colo?
Madalena segura um
crânio!
É O CRÂNIO DE JESUS?....